Conceitos básicos para uma adoção segura

Conforme evoluímos nos temas de Gestão Financeira em Cloud, que passaremos a nos referir apenas como “FinOps” daqui por diante, entendemos a necessidade de explorarmos conceitos básicos para aqueles que ainda não possuem muito contato com esta prática.

FinOps, como dissemos no post inicial, é uma cultura a ser praticada na gestão de custos de ambientes em cloud Computing.

Contudo, como toda cultura, deve ser aprendida, especialmente nos quesitos conceituais, permitindo que tenha os resultados esperados.

Desta forma, iremos explorar os conceitos numa ótica de evangelização, ou seja, de treinar as pessoas interessadas no tema a compreenderem para então aplicarem, ganhando conhecimentos práticos que as tornarão experientes no tema.

De acordo com a FinOps Foundation, a principal preocupação para quem deseja uma imersão nos conceitos básicos de FinOps é entender o seu framework, ou seja, como ele está estruturado para então poder compreendê-lo.

O framework FinOps remete à cinco pilares principais, sendo eles:

I. Princípios

Os princípios são o direcionamento que a cultura prega, permitindo que aqueles que desejarem aplicá-la possam se orientar no sentido de “o que se deve seguir”.

Não são estáticos e imutáveis. Podem evoluir conforme as tecnologias fluem e evoluem, na medida que novas experiências trazem novas metodologias e práticas.

1. As equipes precisam colaborar

  • El Financiero debe mantenerse al día con la velocidad y la granularidad del área de TI;
  • Costs now enter as a new metric of operational efficiency;
  • Continuous improvement must be applied to gain efficiency and innovation;
  • Uma governança, aliada à controles, deve ser adotada para o bom uso da nuvem.

2. Todos se apropriam do uso da nuvem

  • Capacite as equipes de recursos e produtos para gerenciar melhor o seu próprio uso da nuvem em relação ao seu orçamento;
  • Obtenha visibilidade dos gastos na nuvem em todos os níveis da sua empresa;
  • Acompanhe as metas em nível de equipe para impulsionar a responsabilidade de cada uma.

3. Uma equipe centralizada impulsiona o FinOps

  • Centralizar a governança e o controle das possibilidades de descontos por uso contínuo, instâncias reservadas e por volume/personalizados com os provedores de nuvem;
  • Centralizando, elimina-se negociações de taxas baseadas na operação;
  • Uma equipe centralizada permitirá a alocação granular de todos os custos, diretos ou compartilhados.

4. Os relatórios devem ser acessíveis e oportunos

  • Feedback rápidos e contínuos permitem um comportamento mais eficiente;
  • A visibilidade em relatórios permitirá ajustar recursos sub ou superprovisionados;
  • Alcançar a melhoria contínua através da automação de aquisição e uso de recursos. 

5. As decisões são orientadas pelo valor comercial da nuvem

  • Entender as causas dos aumentos dos custos através de uma análise de tendências e variações;
  • Impulsionar as melhores práticas e comemorar as vitórias através de um benchmarking interno das equipes;
  • Melhorar o desempenho do negócio através de benchmarking de mercado (empresas similares ou afins).

6. Aproveite o modelo de custo variável da nuvem.

Impulsionar os níveis de aquisição e uso de recursos mais apropriados através do redimensionamento de instâncias e serviços;

Conquistar melhores decisões através da comparação de preços entre players, serviços e preços. 

II.Personas

As personas, como são reconhecidos os integrantes da cultura FinOps, serão os responsáveis pela prática dos princípios e de torná-los uma realidade.

São pessoas de áreas estratégicas que poderão influenciar positivamente no processo de adoção de uma cultura de gestão de custos em nuvem.

1.Praticante de FinOps

Tem o papel de unir as equipes de negócios, TI e finanças, permitindo decisões baseadas em evidências em tempo quase real, ajudando a otimizar o uso da nuvem e aumentar o valor comercial. Ele se concentra em estabelecer uma cultura FinOps e capacitar as equipes envolvidas, demonstrando um conhecimento prático dos Princípios e Capacidades da Estrutura FinOps, provando ser um modelo prescritivo de ações e melhores práticas.

2. Executivos

Executivos, como vice-presidentes, CTOs/CIOs, chefes do centro de excelência em nuvem (CCoE) e CFOs, concentram-se em gerar responsabilidade e criar transparência, garantindo que as equipes sejam eficientes e não excedam os orçamentos.

São os patrocinadores da cultura FinOps dentro de uma organização e garantirão que seja seguida e cumprida pelas equipes.

3. Proprietário do negócio/produto

Conhecidos como Dono do Produto (PO – Product Owner), como um Diretor de Otimização de Nuvem, Analista de Nuvem ou Gerente de Operações de Negócios, são responsáveis pela evolução e road map de produtos e serviços seguindo as determinações da prática FinOps.

4. Engenharia e Operações

Engenheiros e membros da equipe de operações, como engenheiros de software líderes, engenheiros de sistemas principais, arquitetos de nuvem, gerentes de entrega de serviços, gerentes de engenharia ou diretores de engenharia de plataforma, são fundamentais, pois devem se concentrar na construção e serviços de suporte para a organização que sejam aderentes à cloud utilizada e às regras de negócios baseadas em FinOps. 

São diretamente as pessoas mais influenciadas pela cultura FinOps, pois o custo passa a ser uma métrica da mesma forma que outras métricas de desempenho são rastreadas e monitoradas. Os membros dessas equipes consideram o design e o uso eficiente de recursos por meio de atividades, como dimensionamento correto (o processo de redimensionamento de recursos de nuvem para melhor atender aos requisitos de carga de trabalho), alocação de custos de contêiner, localização de armazenamento e computação não utilizados e identificação de anomalias de gastos.

5. Finanças/Aquisições

Os membros da equipe de finanças e compras, incluindo Gerentes de Compras de Tecnologia, Compras de Tecnologia Global, Gerentes de Planejamento e Analistas Financeiros e Consultores de Negócios Financeiros, usam os relatórios fornecidos pela equipe de FinOps para previsões de aquisições, aumentando seu poder de barganha diante dos fornecedores. 

Atuam com os profissionais FinOps para entender os dados históricos de faturamento para que possam participar da criação de modelos de custo cada vez mais precisos. Eles usam as previsões e experiência da equipe FinOps para se envolverem em negociações de taxas com provedores de serviços em nuvem com maior eficácia.

III. Phase 

As Fases do FinOps são estruturadas para que um painel de controle possa medí-lo e adaptá-lo conforme as necessidades vão surgindo. São elas:

  1. Informar

O processo de informação é essencial, pois capacita as organizações e equipes entregando visibilidade, alocação, benchmarking, orçamento e previsão. A natureza elástica e sob demanda da nuvem, juntamente com preços e descontos personalizados, tornam necessária a visibilidade precisa e oportuna para decisões inteligentes. 

A alocação precisa de gastos na nuvem com base em tags, contas ou mapeamentos de negócios permite estorno e demonstração de forma mais precisa. As partes interessadas, comerciais e financeiras, também querem garantir que estão gerando ROI, mantendo-se dentro do orçamento e prevendo gastos com precisão, evitando surpresas. 

O benchmarking fornece às organizações as métricas necessárias para desenvolver uma equipe de alto desempenho.

2. Otimizar

A otimização de aquisição e uso de recursos é a peça fundamental para a boa prática FinOps.  Os próprios provedores de nuvem oferecem várias alavancas para uma otimização adequada, porém recomendamos utilizarem ferramentas isentas para esta tarefa. 

Os descontos baseados em fidelização podem ser uma melhor escolha diante da entrega sob demanda. As opções de instâncias reservadas e de descontos por uso contínuo podem ser ótimas opções após um bom redimensionamento de um ambiente, aliado à uma automação para o desligamento de qualquer desperdício de recursos. 

Enfim, otimizar é preciso.

3. Operar com eficácia

Não basta operar simplesmente. É necessário que uma operação seja elevada ao nível máximo de excelência para que os objetivos de negócios, diante das métricas de gestão de custos, estejam baseados na velocidade, qualidade e custo.

O sucesso de uma operação eficaz baseia-se na capacidade da boa implementação da cultura FinOps, garantindo processos de aquisição e uso sempre dentro das melhores práticas, incluindo aqui a criação de CCoE (Cloud Center of Excellence), ou Centro de Excelência em Nuvem, onde as partes interessadas no sucesso da operação estejam sempre aliadas às regras de gestão de custos, dentro das conformidades determinadas.

IV. Maturidade

Como tudo na vida, a experiência traz a evolução. A maturidade em FinOps, cultivada através das melhores práticas e de um processo repetitivo de aprendizado, irá proporcionar um cenário dinâmico que evolui continuamente, sempre buscando o estado da arte.

Baseando-se no conceito “engatinhar, andar e correr”, seguindo a lógica da evolução do ser, a execução das práticas FinOps irá permitir que as empresas comecem aos poucos a ganhar experiência para então atingirem um estado de maturidade capaz de ser mais eficaz e ágil, entrando no conhecido conceito de “velocidade de cruzeiro”.

V. Domains

Os domínios FinOps são como disciplinas a serem seguidas. Eles regem o caminho que uma empresa seguirá para atingir seus objetivos traçados no Centro de Excelência em Nuvem.

Eles não precisam necessariamente ser seguidos numa ordem, nem tão pouco aplicados na sua totalidade, permitindo que cada empresa, conforme o seu nível de maturidade, aplique com maior ou menor intensidade cada um deles, visando sempre a excelência da gestão dos custos.

A grande vantagem competitiva de uma empresa pode estar na habilidade de combinar e usar os domínios, conforme o seu negócio permite e suas capacidades alcançam. São eles:

1. Entender o uso e o custo da nuvem

Concentra-se em reunir todas as informações necessárias sobre seu uso e custo da nuvem, normalizá-las, disponibilizá-las para revisão, inclusive circulando-as para as pessoas que as usarão em outros Domínios.

2. Acompanhamento de desempenho e benchmarking

Concentra-se em definir e mapear o uso e o custo da nuvem para orçamentos, usando informações históricas para prever, estabelecer e medir indicadores chaves de performance (KPIs) e outros indicadores de desempenho, incluindo o de benchmarking.

3. Tomada de decisão em tempo real

Concentra-se em melhorar a capacitação das partes interessadas, avaliando dados em contextos específicos, melhorando interativamente a velocidade de decisão, sempre alinhando os processos organizacionais às realidades da operação na nuvem.

4. Otimização de taxa de nuvem

Concentra-se em definir as metas de modelo de precificação estipuladas, usando dados históricos para fazer ajustes no modelo de precificação comprando descontos baseados em compromisso e trabalhando para gerenciar os aspectos de precificação dos serviços em questão.

5. Otimização do uso da nuvem

Concentra-se, sempre que necessário, em identificar e tomar medidas para combinar os recursos de nuvem em execução com a demanda real das cargas de trabalho em execução. Esse trabalho envolve dimensionamento correto preditivo de recursos, gerenciamento de cargas de trabalho para alinhamento com o número correto de recursos de dimensionamento, desativação de recursos quando não estiverem em uso, além de outras técnicas que se façam necessárias.

6. Alinhamento organizacional

Concentra-se em automatizar para gerenciar o uso da nuvem no contexto de outras atividades de finanças de TI e integrar os recursos de FinOps com processos organizacionais, unidades organizacionais e tecnologia existentes.

Complementando os Domínios FinOps, temos as Capacidades, ou Recursos, que irão auxiliar na prática dos domínios, ajudando a definí-los com mais propriedade. São elas:

Capacidades FinOps

  1. Alocação de custos (metadados e hierarquia)
  2. Análise de dados e apresentação
  3. Gerenciando Anomalias
  4. Gerenciando Custo Compartilhado
  5. Previsão
  6. Administração de orçamento
  7. Gerenciamento e automação de carga de trabalho
  8. Gerenciando descontos com base em compromisso
  9. Utilização e eficiência de recursos
  10. Medindo custos unitários
  11. Ingestão de dados e normalização
  12. Integração de estorno e finanças em TI
  13. Cargas de trabalho de integração
  14. Estabelecendo a cultura FinOps
  15. Integração de gerenciamento de ativos de TI
  16. Política e governança de nuvem
  17. Estabelecendo uma estrutura de decisão e responsabilidade FinOps
  18. Educação e capacitação de FinOps

Veja que o framework está estruturado de uma forma complexa, que visa abordar todos os temas possíveis para a boa gestão de custos em nuvem, permitindo que as práticas FinOps sejam executadas na sua íntegra, garantindo a boa governança da aquisição e uso de recursos em nuvem.

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PIER CLOUD

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